A Paisagem
Gostaria de falar sobre a paisagem, não aquela paisagem pictórica...idealizada...pesquisada via web...
Mas aquela paisagem emocional e individual, aquela que carregamos conosco com histórias, aquela sentida, lembrada e caracterizada em nosso percurso até hoje.
São fatos, acontecimentos, cheiros, lembranças que nos remetem ao bem estar, a segurança, ao lar, ao aconchego.
Quando crescemos, somos cercados de aprendizados empíricos ao longo do nosso percurso, até chegarmos a idade adulta.
A partir do momento que temos a consciência de nossas atitudes e podemos nos manter sozinhos, está ratificado para o mundo e a sociedade, que realmente somos adultos.
Mas, quando chegamos neste frenético mundo adulto, full time, on time, on-line... as paisagens nos povoam, por que?...
e já dizia Carlos Drummond de Andrade: "Nos povoam, nos olham, nos fixam."
Penso que elas trazem uma carga de prazer, uma busca não intencional do lúdico, como fuga da correria do dia-a-dia.
...é o cheiro do frango com quiabo da vó, o doce de mamão verde do pé que a bisa fazia.
O compositor que saiu do campo e quando quer compor, volta para o campo, como lugar inspirador.
A praia, a cozinha, o escrever, o cantar e outros...nos remetem a fatos empíricos diversos...
Hoje procuramos sempre boas comidas e geralmente são aqueles que e nos levam a outros lugares, um momento na infância, esse lugar muito pessoal em apenas com uma garfada, como no filme "Ratatouille!
O cheiro do perfume que nos lembra alguém muito especial ou um lugar visitado.
Hoje como profissional e sempre estudante deste maravilhoso contexto chamado - A Paisagem - sinto que as vezes generalizamos, para chegarmos a um lugar comum e bom para vivermos em sociedade.
As cidades estão perdendo..., pois aqui os cheiros se vão, a convivência coletiva na paisagem urbana, passa de tão escassa, que é valorizada e precificada.
Olhemos mais para o entorno, por que, para que a paisagem de cada pessoa e a coletiva possam existir... Precisamos estar conscientes dela...